sábado, 22 de março de 2014

SOS

Quando fazemos surf por mais do que divertimento, passatempo ou desporto, começamos a olhar, de forma diferente, para forma como a sociedade se relaciona com o mar.
Hoje em dia, felizmente, graças á exposição que o surf em Portugal vai tendo nos media, devido ao fenómeno "Nazaré" e "Peniche" entre outros (naturalmente que não falo de "Morangos com Açucar"), a mentalidade está em mudança. Mas não tenho dúvidas que até ao final dos anos 90 o surfista fosse considerado um "puto que anda de prancha na mão e de neurónios queimados de andar muito tempo ao sol" (este foi um comentário real publicado, não há muito tempo, num meio social sobre surf e cidadania!).

When we surf for more than fun, a hobby or a sport we start looking at the way that society relates to the ocean in a different way.
Nowadays, fortunately due to the exposal of Portugal in the media thanks to the "Nazaré" and "Peniche" phenomenon (among others) the mentality is changing. But I have no doubt that until the end of the 90's a surfer was considered a "brain sun-burned-out kid" (this was a real comment in a social medium about surfing and citizenship!).


Mas o que é facto é que muita gente que anda a fazer surf nas ondas deste país, são gestores, engenheiros, arquitectos, advogados, jornalistas, etc., pessoas formadas e com educação superior. Muitas vezes, estas pessoas transferem para o surf, a sua área de conhecimento. É o caso de Miguel Figueira e Eurico Gonçalves, surfistas e críticos convictos do Plano de Orndenamento da Orla Costeira. Atentos ao que se passa em todo o país, começaram por alertar, há já muitos anos, para o caso da erosão a sul do cabo Mondego, na Figueira da Foz. Ficariam espantados com a eficácia do seu pensamento e como eu, contagiados com a força da sua motivação. Actualmente, fala-se muito sobre a erosão da costa, causada pela tempestade. Erosão da costa e ondas são dois temas impossíveis de separar. Fiquem a par do que se faz por salvar as ondas da nossa costa, nos blogs e nos quais participam. E sempre que puderem, façam parte deste movimento, que é cívico. Isto é ser surfista.


But the fact is that a lot of people out there surfing are managers engineers, architects, lawyers, journalists, etc., people with education and careers. Lots of times these people transfer their area of expertise to surfing. It's the case of Miguel Figueira and Eurico Gonçalves, surfers and hard critics of the National Coast Ordenation Program. Concerned about what goes on across the country, they started by alerting, a long time ago, to the case of erosion south of cape Mondego.in Figueira da Foz. Currently there is a lot of news about the coastal erosion caused by the storm. Coastal erosion and waves are two subjects impossible to break away. You would be surprised with the clarity of their thought and like me, contaminated by the strenght of their motivation. Keep up with what is done to try to save the waves of our coast on the blogs in which they take part (links above). And whenever you can, be part of this civic movement. This is being a surfer.

Figueira da Foz

quarta-feira, 5 de março de 2014

Ah vai, vai...!

Não é novidade nenhuma que a cultura portuguesa sempre foi muito caracterizada pela emigração. A sua história conta muito daquilo que somos hoje em dia.
Há algum tempo, ao fazer zapping, parei na RTP 2. Passava um documentário: "Ei-los Que Partem" - a história da emigração portuguesa. E devo ter começado a ver muito perto do minuto '11 pois as imagens que me captaram a atenção mostravam surf. E como tudo o que mostra surf me interessa (ainda mais se estiver a dar na RTP 2), continuei a ver.

It is no news that portuguese culture has always been very attached to emigration. Its history tells us a lot of who we are nowadays.
One day I was doing some zapping and stopped in RTP 2 (national TV). A documentary was playing. It is called "Ei-los Que Partem" - the histoy of portuguese emigration. And I must have started watching pretty close to minute '11 because the images that caught my attention showed people surfing. So I just kept watching.

entre o minuto '11 e '17 a história dos "kanakas" portugueses

Para meu espanto começo a ouvir falar de factos sobre a emigração portuguesa... para o Hawaii!
"Em 1778 cento e vinte emigrantes portugueses embarcavam no Priscila para desembarcarem nas Ilhas Sandwich (actual Hawaii). Uma viagem que durava quase seis meses."; "No final do sec. XIX havia uma comunidade de cerca de vinte mil portugueses nas ilhas havaianas."
Nem queria acreditar... Será que não houve um português que, cansado de trabalhar nas duras condições da cana de açucar, pegou numa pranchinha e foi dar umas braçadas com os locais?
Então nós, que temos um país á beira mar plantado e que importamos tanta cultura surf já "empacotada", vinda dos Estados Unidos (onde tudo acontece), estivemos no berço (ou num dos berços) do surf?! Há um século! (É que até o anglicismo "surf" é isso mesmo. Uma importação!)

For my great admiration I started hearing facts about portuguese emigration... to Hawaii!
"In 1778 the first hundred and twenty portuguese emigrants boarded the ship Priscilla sailing to the Sandwich Islands (actual Hawaii). A trip which would last for almost six months."; "By the end of the XIX century there were about twenty thousand portuguese living in the hawaiian islands."
I couldn't believe it... Maybe there was a portuguese tired of working under the sun on the sugar cane plantations who decided to grab a board and paddle out with the natives for a bit of eh'enalu?
Our country so near the Ocean that imports so much packaged culture from the US (where everything happens), was in the cradle of surfing civilization?! One century ago? (Even the word "surf" is exactly that. An import!)

Edouard Rioux, Hawaiian games
Isto passaria a ser uma ideia persistente, o pretexto ideal... para definir como objectivo, para o início do próximo ano, viajar para o Hawaii. Seguir as pisadas dos emigrantes e claro apanhar altas ondas.
Segundo o documentário, as más condições de vida e trabalho levaram os portugueses a quererem emigrar de novo, desta vez para a terra dos sonhos, para a California.
Mas isso fica para um próximo episódio.

That idea would persist becoming the ideal pretext... to define as a goal for the beginning of next year, a trip to Hawaii. To follow the emigrants' footsteps and to score great waves of course.
According to the documentary, the bad life and work conditions took portuguese to emigrate again, this time to the land of all dreams, California.
But that is another story, for another episode.

Aloha!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Surf Beats

Quem não se recorda da cena de abertura do filme "Pulp Fiction"? Um clássico... O casal a conversar sobre assaltos, os gritos histéricos da mulher... E aquela "guitarrada", que ficou para sempre nos nossos ouvidos e que reconhecemos, assim em que começa a tocar... 

Who doesn't remember "Pulp Fiction"'s opening scene? What a classic... That couple at the diner talking about robberies, the woman's hysterical screams... And that slashing guitar, which still echoes in our ears and takes us back, every time we hear it.


Aquela guitarra é de um senhor chamado Dick Dale, uma lenda viva e que reinventou um estilo de música para ajudar a criar o que chamariam de "surf rock". Uma versão instrumental do rock, mais reverb (eco). 
Enquanto "Beatles", "Beach Boys" e tantas outras bandas se fazem ouvir por multidões, mundo fora, Dick e os "Del-Tones" davam concertos em garagens e pequenos espaços, inundados de jovens, que não se identificavam com a cultura massificada.

That guitar is from a man called Dick Dale, a living legend that reinvented a music style to create what would be named as "surf rock". A more "instro" version of rock, with more reverb.
While "The Beatles", "The Beach Boys" and so many other bands were playing for crowds all throughout the World, Dick and the Del-Tones were playing in garages and small spaces flooded with youngsters who didn't find themselves in mass culture.

Não há um estilo musical específico que caracterize o surf. Cada pessoa encontra, em diferentes estilos ou em diferentes disposições, ondas(!) sonoras que relaciona com o Oceano. Mas, no ínicio dos anos 60, em plena ascenção da pop, no Sul da Califórnia, onde a cena alternativa é o surf e o "beach life", é normal que se tenha associado este som alternativo e psicadélico a esse estilo de vida.

Sintam-se á vontade para partilhar aqui a música que dá ritmo ao vosso surf, ou o que gostam mais de ouvir enquanto olham, ou simplesmente pensam no mar! Qual é a vossa surf music?

There is no specific music gender that characterizes surfing. 
But in the beginning of the 60's at the rise of the pop era, in Southern California, where surfing and the beach life are the "b-side" scene, it is normal that this psychedelic alternative sound became associated with that lifestyle.

Feel free to share what music sets the rhythm of your surf or what you like to listen to while you look or simply think about the Ocean! What's your surf music?

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O por-do-sol todos os dias. | The sunset every single day.

"A Linha" quer compreender melhor e ir aos confins da cultura surf e não só usar o nome "cultura" sempre entre aspas. 
São os padrões comuns ás pessoas, que vivem a cultura surf,  que definem a cultura surf. Entre outros factores, uma cultura é definida pelos significados que as pessoas atribuem ás coisas (signos).
Não posso desenvolver, muito profundamente, o assunto, pois não sou sociólogo nem antropólogo (nem nada acabado em "ólogo"!). Há quem seja e já o tenha feito.

"A Linha" wants to better understand and to go to the roots of surfing culture and not always have to use "culture" in inverted commas.
It's the common patterns, of the people who live the surfing culture, that define it. Among other factors, a culture is defined by the common meaning that several people give to something (signs
I can't go much further on this because I am not a sociologist or a antropologist. There are people who actually are one, and have made that

Dan Webber, é formado em Linguística, um filósofo e surfista, claro. Entre diversos projectos, tem um livro publicado, chamado "Surfism - The Fluid Foundation Of Consciousness". Basicamente, o Surfismo é uma filosofia que vê a existencia humana, como o surf. Se quiserem ler um bocadinho fica o link, aqui.

Dan Webber is a Master in Linguistics, a philosopher and a surfer, of course. Among several of his projects is a book called "Surfism - The Fluid Foundation Of Consciousness". Surfism is a philosophy that sees human existence as surfing. If you want to read a bit, the link is here

Sempre na senda da descoberta, "A Linha" pediu ao Dan que pensasse num signo, que achasse que era interpretado, da mesma forma, por todos os surfistas do Mundo.

Like an explorer as always, "A Linha" asked Dan to think of a sign that he thought it was interpreted the same way by surfers all around the world.

Ele respondeu: | Here is what he answered:
"I remember in the late seventies, someone noted how so many surf films showed the sun descending quickly into the ocean. I suppose it would only have been surf films shot on east coasts. But, even so, it does signal a sense of being in tune with natural rhythms and perhaps, more specifically, a day lived in tune with the pulsing ocean".
Thanks Dan! 
Eu acho que ele está cheio de razão. O que acham? | I think he's fully right. What do you think?

Figueira da Foz, Abril 2005. O fim, de um dos meus melhores dias de surf de sempre.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

#rede - Fninga

Em Cabo Verde, "A Linha" "uniu dois pontos" na rede, e conheceu um dos seus "irmãos mais velhos".

"Fninga" é o nome que o Cao deu á sua criação, que retrata o "surfing as usual" dele da sua "tribo", na sua "pequena África". O conceito do blog é genuíno e tem tudo a ver connosco, que vivemos o mar também de forma metafísica. Senão, reparem:
"Fninga" é o nome nativo atribuído a um arbusto que cresce naturalmente nas regiões costeiras onde vivemos [Cabo Verde]. Embora viva em um ambiente com alta concentração de sal, essa planta consegue seleccionar os nutrientes que lhe são úteis, trabalhando assim a sua evolução enquanto SER."

"Fninga" is the name that Cao gave to his creation, whicht reports his and his tribe's surfing as usual in their "little Africa". The blog's concept is genuine and has everything to do with us, who live the ocean also in a metaphysical kind of way. If not, just read it:
"Fninga is the native name assigned to a bush that grows naturally on the coastal regions where we live [Cape Verde].Although it grows in a higly salt concentrated environment, that plant can select the nutrients it needs, working its way up to evolve as a BEING"


O que somos nós, senão fningas?
De resto tive a oportunidade de conhecer o Cao, que por pura coincidência, vivia no mesmo prédio, era amigo dos mesmos amigos que me receberam e estava sentado á mesma mesa. Quando lhe perguntei "Conheces o Fninga, o blog de "surf culture" de Cabo Verde?", ele respondeu: "Sou eu".

What are we but a bunch of fninga?
I had the chance of meeting Cao purely by accident, he lived in the same building, had the same friends in common and was sitting at the same table as me.
When asked "Do you know "Fninga" that blog about Cape Verde surfing culture?", he answered "That's me."



Tal como eu, também o Cao tem o seu trabalho, como guía turístico e é nos seus tempos livres que vai publicando as suas impressões do que se passa á beira-mar e á sua volta.
Confiram o trabalho dele aqui.

Just like me Cao also has his everyday job, as a tour guide, and on his free time he publishes his impressions of what's happening in the line up and around him.
Check it out here.

No bai "Fninga"!!!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

sábado, 18 de janeiro de 2014

Começar pelo início | To start from the beginning

Nasci em '82, em São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, uma cidade que tem o mar "à porta". Por isso, talvez tenha sido natural que, aos dezasseis anos (mais coisa, menos coisa), tenha descoberto o surf.
Tinha uns amigos mais velhos que faziam surf e diziam que era "fixe" e, atraído por todo aquele "coolness", numa tarde fria de Outono, pedi para me levarem á praia.
A praia, que até então era sinónimo de férias com os pais ou tardes com os amigos, estava deserta e o mar revelava-se um território totalmente diferente. Havia ali alguma coisa de especial.

I was born in '82 in Lisbon, a city with the sea at its doorstep. So maybe it was naturally that at sixteen I discovered surfing.
Some friends of mine surfed and they said it was "cool". I guess I was attracted for all that "coolness" so one day on a cold Fall afternoon I asked them to take me along with them, to the beach. Until then the beach was a synonym for holidays with parents or afternoons with friends, was desert and the ocean was a whole new territory. I could sense there was something special there.

Onde tudo começou. Where it all began.

Descobri logo que não tinha um talento inato para a coisa. Desajeitado, nas espumas, tentava copiar os movimentos dos outros, mas sem sucesso. Enquando eles já desciam as ondas de pé, aos berros e se riam como crianças quando caíam, eu lutava para me levantar naquela prancha emprestada, do tempo dos meus avós que, segundo vim a saber mais tarde (de forma não muito agradável), tinha sido roubada.
Durante meses fui aperfeiçoando os movimentos e quando finalmente cortei a primeira onda fiquei viciado. Eu também fazia "surf”. E isso, era “fixe”. 

Soon I found out I was no born talent. Clumsy, on the soup, I tried to copy the other's moves, but with no success. While they were dropping the waves screaming and sometimes laughing like children when they fell, I was struggling to stand up on that old-school board, which I found out later (and not nicely), had been stolen.
For several months I perfected my moves and as soon as I cut my first wave I was hooked on it. I "surfed". And that was "cool".


Carcavelos. O "quintal" de casa, durante os primeiros anos. The "backyard" for the first years.
Um dia, um amigo emprestou-me uma cassete de vídeo, em que músicas punk-rock, dividiam segmentos de um filme em que surfistas faziam manobras incríveis. Os líricos e a força dos instrumentos, e as imagens incutiam ao surf uma identidade rebelde e agressiva. Este momento marcou a minha visão e abordagem inicial ao surf. Vivendo nos arredores da cidade, com todos os problemas que isso acarretava, era fácil adoptar ideais alternativos à cultura existente.

One day a friend borrowed me a videotape in which punk rock songs divided the segments of a movie where surfers did some sick maneuvers. The lyrics and the power of the instruments together with the images, infused surfing with a rebel and aggressive identity. This moment marked my initial vision and approach to surfing. Living on the outskirts of a big city, with all the typical youth problems, it was easy to choose alternative life ideals.

Frame da sequência de abertura do filme "Focus". Opening sequence frame from the movie "Focus" (Taylor Steele, 1994).
A partir daí tudo mudou. Com algumas mesadas, veio a primeira prancha. E aos 18, a carta de condução e o carro. (Ser "um a mais", no carro onde todos os que "surfam" bem mais que tu querem ir, não é fixe.) E de repente, já somos quatro e já podemos conduzir. E já não "envergonhamos" os mais velhos. Ganhámos algum respeito e já disputavamos as mesmas ondas que eles e até íamos todos juntos. Dois, três carros. De um momento para o outro, as viagens a Carcavelos (o "quintal"), Caparica, Guincho, Sesimbra e Ericeira, tornaram-se sucessivas. E depois as surftrips "além-distrito" (Figueira, Algarve...) e além-fronteiras! As ondas "chamavam por nós" em todo lado!

It all changed after that. With some allowances I got my first board. At 18 the drivers license and a car. (Being one "too much" in a car where everyone who surfs better than you wants to be, is not cool.) And all of the sudden we are four and we can drive. And we didn't "embarrass" the older ones anymore. We even charge the same waves as they do and we go together. Two, three cars. The trips to Carcavelos, Caparica, Guincho, Sesimbra and Ericeira became successive. And then the surftrips outside our district (Figueira da Foz, Algarve,...) and beyond portuguese borders. The waves were just "calling" everywhere!


A primeira surftrip. Biarritz, 2002. Com Pat O'Connell, no centro (surfista e protagonista no filme "Endless Summer 2"). | The first surftrip. Pat O'Connell in te middle (surfer and protagonist in "Endless Summer 2").
Simplesmente sabes que as ondas estão lá e queres estar lá também! É essa a "chamada" que atendo. E eis que hoje alguém lhe chamou "cultura" e eu lhe dei um nome.
Que fique bem claro: com naquela idade ninguém tinha a mais pequena ideia do que era surf culture! Aliás, nem hoje em dia se usa essa associação de palavas, na vida quotidiana, pelo cidadão comum que faz surf. Só para que não caiam por vezes no erro de pensar que, quando vamos fazer surf, vamos estar no "nosso meio", a "ser surfistas" e a fazer "cultura". Não é nada disso.
Só muitos anos mais tarde e muito recentemente, com trinta e um anos de idade, é que tomei consciência de que grande parte das escolhas que fiz, foram condicionadas pelo facto de poder e querer fazer surf. E isto, porque durante todo este tempo, conheci pessoas ao redor do Mundo que, de alguma forma, partilham este sentimento. Achei que isso era interessante, decidi descobrir mais acerca disso e desenvolvi um projecto académico. Li alguns registos, assisti a conferências, comecei a fotografar e a escrever e assim surge "A Linha", como uma espécie necessidade minha, de explorar mais esse conceito e de expressar a minha abordagem a esta "cultura". Do surf. Da vida.

Por isso esperem um pouco de tudo! É que a vida está longe de ser só chinelos, calções, óculos escuros e prancha debaixo do braço! Até breve!

You just know the waves are there and you want to be there too. That's the call I choose to answer. And today someone called it "culture" and I gave it a name.
Let me make something clear: at that age I didn't have the slightest idea of what surfing culture was. Neither did anyone! Nobody did even use that association of the two words. Just in case you might be thinking that when we go surfing, we are "in our own world", being "surfers", making "culture". That's wrong. 
Only many years later, pretty recently at thirty one years old, did I took conscience that all the most choices I made in life where conditioned by my ability and the willingness of surfing.
And because during all this time I have met people all around the World that somehow share this feeling! I though it was interesting to find out more about it so I developed an academical project. I read, attended conferences, started photographing and writing and as a result I started "A Linha" (the line) as sort of answer to a need of mine of exploring further the concept and to express my approach to "the culture". Do surf. Da vida. (Of surfing. Of Life.)

So expect the unexpected! You know, life is far from being just slippers, shorts, sunglasses and a surfboard. See you soon!